Blog da Manu


Grande compositor deixa a música brasileira
Quinta-feira, 14 \14e Agosto \14e 2008, 13:49:42
Filed under: música | Etiquetas:
Segundo álbun de "Os Copa 5", quinteto de Meirelles

Segundo álbum do quinteto

João Theodoro Meirelles , saxofonista e compositor, arranjador e produtor carioca, deixou seu maior legado para a música popular brasileira em 1963, quando compôs o arranjo musical para a conhecida música “Mas que nada”, primeiro sucesso de Jorge Ben. Entretanto, aos 67 anos, o compositor se vai deixando saudade, mas pouca fama.

A autoria do arranjo introdutório de “Mas que nada” tornou-se popular quando fez parte do álbum “Volume 2”, de Wilson Simoninha. Mas o público não tinha idéia de que fora Meirelles o autor da raridade de melodia. Quase acompanhando o esquecimento, as obras do compositor, lançadas ao lado de seu grupo musical “Os Copa 5”, só não ficaram nos estúdios por causa do lançamento feito pelo produtor Ronaldo Bastos, que relançou a introdução através do selo Dubas, em 2001.

Os álbuns “O Som” (1960) e “O Novo Som” (1965) percorreram o lendário Beco das Garrafas, o qual Meirelles costumava freqüentar, fazendo parte do reduto dos bossa-novistas da época, vindo a conhecer Jorge Bem e outros instrumentistas, como Sergio Mendes, Raul de Souza, Luiz Eça e Luiz Carlos Vinhas.

Embora desconhecido pelo grande público brasileiro, Meirelles viveu para a música e é reconhecido pelo seu intelecto musical. “O Meirelles lia as revistas norte-americanas de jazz e me perguntava coisas, achando que eu sabia responder. Eu ficava envergonhado”, revela o clarinetista Paulo Moura, que ficou surpreso ao saber da morte do colega. Os dois integraram o grupo de Edison Machado, baterista, ainda na década de 60.

Mas não foram só os clássicos do jazz americano que inspiravam Meirelles. Adaptando o samba de gafieira e a sofisticação da bossa-nova ao jazz habitual, o compositor criou um clássico da música instrumental brasileira, intitulado “Quintessência”.

O autor de grandes composições na década de 60 não apostava, contudo, em grande carreira como música instrumental. Somente em 2003 o compositor mostrou que queria ser reconhecido como artista: “Resolvi pela primeira vez na minha vida me assumir como artista. Sempre fui muito cético em relação ás oportunidades para a música instrumental”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo, no mesmo ano.

Foi neste mesmo ano que ele lançou novo álbum solo, “Samba-jazz”, seguido de “Esquema novo”, em 2005. Ambos lançados pela gravadora Dubas. O segundo álbum trouxe como principal faixa sua composição de “Mas que Nada”, além de novidades e recriações de clássicos da MPB, também exibidas do álbum anterior.

Apesar de sua vasta criação como instrumentista, Meirelles acabou desiludido com a carreira e passou a se dedicar também aos estudos de informática, sendo professor de programação musical computadorizada.

O compositor faleceu em sua casa, devido a problemas no estômago, e foi enterrado na quarta-feira (4) no cemitério Catumbi, no Rio de Janeiro.


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